Os jurados começaram a deliberar sobre as alegações de difamação de Johnny Depp e Amber Heard nesta sexta-feira (27), após seis semanas de testemunhos conflitantes sobre o casamento problemático e de curta duração do ex-casal de Hollywood.
Nesta sexta, os advogados do ator apelaram aos jurados para restaurar sua reputação com um veredicto a seu favor, enquanto os advogados de Heard pediram que eles reconhecessem seus direitos de liberdade de expressão quando decidirem as acusações de difamação dos atores.
A estrela de “Piratas do Caribe”, de 58 anos, processou Heard na Virgínia por US$ 50 milhões e argumentou que ela o difamou quando se chamou de “uma figura pública que representa abuso doméstico”.
Heard, 36, processou por US$ 100 milhões, dizendo que Depp a difamou quando seu advogado chamou suas acusações de “farsa”.
Depp negou ter batido em Heard ou em qualquer mulher e disse que foi ela quem se tornou violenta em seu relacionamento.
“O Sr. Depp sofreu abuso verbal, físico e emocional persistente por parte da Sra. Heard”, disse a advogada Camille Vasquez nos argumentos finais.
Ela disse que as alegações de abuso de Heard por parte de Depp, incluindo uma agressão sexual com uma garrafa de bebida, eram “selvagens, exageradas e implausíveis” e arruinaram sua reputação em Hollywood e entre os fãs.
“Pedimos que você devolva a vida de Depp dizendo ao mundo que Depp não é o agressor que a Sra. Heard diz que é”, disse Vasquez.
O advogado Benjamin Rottenborn, em seu argumento final, lembrou os jurados de mensagens de texto explícitas de Depp para amigos ou associados.
Em um deles, Depp chamou Heard de “prostituta imunda” e disse que a queria morta e “foderia seu cadáver queimado”.
“Esta é uma janela para o coração e a mente do pirata favorito da América”, disse Rottenborn. “Este é o verdadeiro Johnny Depp.”
No centro do caso legal está um artigo de opinião de dezembro de 2018 de Heard no “Washington Post”, no qual ela fez a declaração sobre abuso doméstico. O artigo nunca mencionou Depp pelo nome, mas seu advogado disse aos jurados que estava claro que Heard estava se referindo a ele.
Os advogados de Heard argumentaram que ela havia dito a verdade e que seus comentários foram cobertos como liberdade de expressão pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
“Sua pergunta chave para responder é ‘a Primeira Emenda dá à Sra. Heard o direito de escrever as palavras que ela escreveu?”, Rottenborn disse ao júri. “Você não pode simultaneamente defender a Primeira Emenda e decidir a favor de Johnny Depp.”
Se os jurados não chegarem aos veredictos até à noite, eles se reunirão novamente na terça-feira (31) após o feriado do Memorial Day dos EUA, disse a juíza Penney Azcarate.
Depp e Heard se conheceram em 2011 durante as filmagens de “Diário de um Jornalista Bêbado” e se casaram em fevereiro de 2015. O divórcio foi finalizado cerca de dois anos depois.
Ao longo de seis semanas de procedimentos, os jurados ouviram gravações das brigas do ex-casal e viram fotos gráficas do dedo ensanguentado de Depp.
Depp disse que Heard jogou uma garrafa de vodka que cortou o topo de seu dedo durante uma discussão em 2015. Heard negou ter ferido o dedo de Depp e disse que Depp a agrediu sexualmente naquela noite com uma garrafa de bebida.
Uma vez entre as maiores estrelas de Hollywood, Depp disse que as alegações de Heard lhe custaram “tudo”. Um novo filme de “Piratas” foi suspenso e Depp foi substituído na franquia de filmes “Animais Fantásticos”, um spin-off de “Harry Potter”.
Depp perdeu um caso de difamação há menos de dois anos contra o “Sun”, um tabloide britânico que o rotulou de “espancador de esposas”. Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidamente.
Os advogados de Depp entraram com o caso nos EUA no condado de Fairfax, Virgínia, porque o “Washington Post” é impresso lá. O jornal não é réu.
FONTE:CNNBRASIL.