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Suspeito de causar acidente chegou em casa ‘cambaleando’, diz perita

Suspeito de causar o acidente em que a auxiliar de serviços gerais Andreia Trindade morreu, em Manaus, chegou em casa “cambaleando” e se “apoiando nas paredes e nas barras do elevador” minutos após o atropelamento, relatou perita do Instituto de Criminalística que analisou imagens de câmeras de segurança do condomínio onde o homem mora.

No laudo enviado à Polícia Civil, que investiga o caso, a perita descreve que o homem aparece “andando de forma letárgica, se apoiando nas paredes, chamando o elevador”. Ao entrar, ele “aperta os botões do andar cambaleando” e, em seguida, “se apoia nas barras do elevador, erguendo-se apenas para sair do mesmo andar”.

O acidente ocorreu por volta de 6h40 do dia 26 de dezembro de 2022 em uma parada de ônibus na Avenida Coronel Teixeira, zona oeste de Manaus. Andreia e o marido, Edson Reis, esperavam transporte para ir ao trabalho quando foram surpreendidos por uma picape que subiu a calçada e os atingiu. Andreia foi esmagada contra um poste e morreu na hora.

De acordo com Edson, após o atropelamento o carro “parou poucos metros adiante, onde ficou parado um ou dois minutos”, mas em nenhum momento o condutor desceu do veículo para prestar socorro, apenas seguiu em frente com velocidade. As imagens que circularam nas redes sociais mostram que o motorista não ajudou as vítimas.

A picape foi identificada como sendo do empresário Adauto do Carmo Santos Júnior, dono de uma empresa de locação de veículos no bairro Alvorada, na zona oeste de Manaus. Após o acidente, as portas da locadora foram pichadas com as palavras: “Justiça”, “assassino” e “covarde”.

No dia 28 de dezembro, a polícia pediu a prisão preventiva de Leonardo Oliveira Santos, de 21 anos, apontado como condutor do veículo envolvido no acidente. O delegado Temístocles Alencar relatou que, no dia seguinte ao acidente, o homem compareceu à Delegacia Especializada de Acidentes de Trânsito para prestar depoimento sobre o caso.

Na delegacia, Leonardo negou ter ingerido bebida alcoólica e também que não dormiu ao volante, pois, segundo ele, havia passado a noite na casa de um amigo e estava cansado. O homem também alegou que acordou com o impacto da batido do carro, mas não conseguiu deduzir o que havia ocorrido, por isso, continuou o percurso.

Ao pedir a prisão de Leonardo, requerimento que até hoje não foi analisado pela Justiça, o delegado afirmou que o homem conduzia o veículo em “estado de sonolência”, “desprezando qualquer resultado que pudesse advir de sua conduta, sendo indiferente ao bem jurídico tutelado no caso em questão a vida de quem quer que fosse”.

No relatório final da investigação enviado no último dia 30 de janeiro à Vara Especializada de Crimes de Trânsito da Comarca de Manaus, o delegado indiciou Leonardo por homicídio simples, lesão corporal culposa de trânsito (quando não há intenção), fuga do local do acidente e omissão de socorro.

Alencar relatou, no documento, que ainda aguardava laudos do Instituto de Criminalística, incluindo o pedido para verificar se havia edição nas imagens registradas pelo circuito interno do prédio onde mora Leonardo logo após o acidente. “Até esta data aquele Instituto não nos deu nenhuma resposta, e tampouco nos enviou o referido laudo”, disse o delegado.

FONTE: ATUAL

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