Na segunda fase da ‘’Operação Dracma’’, o influenciador digital João Lucas da Silva Alves, 24, conhecido como “Lucas Picolé”, que havia sido detido na primeira fase, voltou a ser preso nesta quarta-feira (5) junto com Isabelly Aurora e o ex-marido da influenciadora, Paulo Victor Monteiro Bastos.
“Lucas Picolé” foi novamente preso por lavagem de dinheiro envolvendo esquema de rifas ilegais em Manaus. Segundo o titular do 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP), delegado Cícero Túlio, o influenciador era considerado o ‘’cabeça’’ da operação criminosa.
‘’Estivemos em contato com diversas vítimas que compareceram à delegacia nas semanas seguintes da primeira fase relatando irregularidades, principalmente, no recebimento dos prêmios que eram anunciados nas rifas. Conseguimos correlacionar esses depoimentos a todo esquema de lavagem de dinheiro feito pelo Lucas e sua cunhada, Flávia Kethlen, que já foi presa na primeira fase’’, explicou o delegado.
Na primeira fase, a apreensão de 170 unidades de LSD (droga sintética), munições de fuzil e uma moto com sinais de adulteração resutlou na prisão de “Lucas Picolé” e “Mano Queixo”. Uma terceira investigada, Flávia Ketlen, também foi presa e liberada na audiência de custódia. “Mano Queixo” segue preso.
Parceria no crime
A investigação revelou que Isabelly e o ex-companheiro já teriam, pelo menos, três passagens pela polícia. Em 2019, o então casal foi detido por suspeita de receptar celulares roubados e depois anunciar os aparelhos para venda pelas redes sociais.
“Os indícios são contundentes da participação dos dois (Isabelly e Paulo Victor). Há suspeita é que eles tenham atuado no esquema por cerca de dois anos e com um crescimento patrimonial vultoso. Durante a abordagem policial, ela não esboçou nenhuma reação”, afirmou o delegado, Cícero Túlio, do 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Paulo Victor ajudava Isabelly na lavagem de dinheiro, permitindo, inclusive, que a influenciadora colocasse seu nome em diversos bens. No cumprimento da prisão do ex-marido da influencer, a polícia apreendeu uma arma calibre 9mm, com munições intactas e um cartão benefício previdenciário, o que, segundo a polícia, indica possível apropriação de bens previdenciários.
Conforme o delegado, as investigações continuarão, uma vez que existem outros influencers envolvidos no caso e um deles está foragido. A polícia também está concentrando esforços para encontrar os ativos financeiros escoados no esquema que movimentou mais de R$ 5 milhões de reais em dois anos.
Esquema
O grupo já estava sendo investigado pela Polícia Civil há cerca de cinco meses. O esquema criminoso movimentou aproximadamente R$ 5 milhões, em um ano.
As investigações apontaram que os influenciadores atuavam promovendo a divulgação de sorteios clandestinos em um sistema de premiação sem registro, por meio das redes sociais, e escoando posteriormente os valores, a fim de dissimular e ocultar, dificultando a atuação de autoridades de fiscalização e controle por parte do Ministério da Economia.
A PC-AM apurou que parte dos prêmios das rifas e sorteios já são comprados em nome dos ganhadores antes mesmo deles ocorrerem, levando a crer que em alguns casos o próprio ganhador tem participação no esquema criminoso.
Segundo a polícia, foi possível identificar a ligação dos investigados com influenciadores de outros estados do país, que utilizam a mesma plataforma de sorteios, lavando a crer que existe uma grande rede de criminosos que operam esse esquema em todo Brasil.
FONTE: TODA HORA