Os médicos não cumprem toda a carga horária e ainda fraudam a escala de plantões na central do SAMU, como mostrou nesse domingo (27), o flagrante do Fantástico, que usou uma câmera escondida para filmar a ação ilícita dos médicos no Rio Grande do Sul. De acordo com as imagens, os médicos reguladores deveriam trabalhar presencialmente durante 12 horas, das 19h às 7h. Mas eles não respeitam o horário de entrada, nem o horário de saída.

No dia 27 de junho

O médico Renan Renno Schumann chegou a central do Samu perto da meia-noite. Cinco horas atrasado, fica no local por quatro horas e vai embora para surpresa da reportagem.

O Fantástico teve acesso aos documentos, que confirmam o horário de entrada e saída: o médico atendeu ao primeiro chamado às 23h59, e o último às 3h57.

Já, a médica Fabiane Andrade Vargas chegou por volta de meia-noite ao local. E saiu às 4h só trabalhou quatro horas de uma jornada de 12 horas.

Sem médicos no atendimento

No dia 6 de junho, às 6h30 tivemos um caso absurdo. Não havia nenhum médico atendendo na central, o certo, pela escala, era ter sete médicos.

O enfermeiro Cleiton Felix estava de plantão e afirma que durante toda a madrugada, de um total de sete médicos, só apareceu para trabalhar a doutora Giordana Vargas Correia.

“A única plantonista que se encontrava de plantão sumiu. Foi dormir, foi não sei aonde, ela desapareceu do plantão. Até que ela voltou. Depois que acabou o plantão, que aquele tumulto passou, eu fiz uma comunicação direta as chefias e nenhuma conduta foi tomada”, ressalta Cleiton.

O que dizem os médicos e os responsáveis

Jimmy Herrera, coordenador médico, confessou ao Fantástico que sabia de tudo.

“Isso é verdade, fui nos quartos, no feminino e no masculino, onde estavam os colegas dormindo. Que tinha três colegas num quarto e um no outro quarto. Eram quatro que estavam ali”, disse o coordenador médico.

Já, o diretor do departamento de regulação do Rio Grande do Sul, Eduardo Elsade, afirmou desconhecer qualquer tipo irregularidade.

O repórter do Fantástico apresentou então provas do escândalo, e o diretor diz que vai investigar. Por mensagem de texto, o diretor Eduardo Elsade diz “avaliamos tuas denúncias, consideramos relevantes. Duas delas, a princípio, procedentes. Outras que merecem uma explicação técnica”.

Por TUCUMÃ